terça-feira, 12 de outubro de 2010

4ª JORNADA ECUMÊNICA


4ª JORNADA ECUMÊNICA
Ecumenismo, Ecologia, Economia e Vida

"... e vossos jovens terão visões..." Joel 2.28

Desde 1994, quando foi realizada 1ª JORNADA ECUMÊNICA, passando pela 2ª JORNADA, em 2002, grandes transformações continuam ocorrendo no mundo, onde cada vez mais o desrespeito aos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais estão globalizados, caracterizando o aprofundamento do abismo entre ricos e pobres.
Se o símbolo da 2ª Jornada Ecumênica foi laços, o da 3ª JORNADA foi redes. Desde então, essas redes - entre jornadeiros/as, igrejas, organizações e instituições ecumênicas, com movimentos e organizações sociais - vem se estabelecendo, possibilitando um processo de criação, ampliação e fortalecimento do movimento ecumênico no Brasil e demais países da América Latina e Caribe.

O principal desafio da 4ª JORNADA ECUMÊNICA, que tem como tema ECUMENISMO, ECOLOGIA, ECONOMIA E VIDA, será o de construir incidência pública-política (advocacy) para além da família ecumênica congregada na América Latina e Caribe. Ademais, os desafios da justiça climática impõem para a comunidade ecumênica uma atitude coletiva, capaz de demonstrar nossa contribuição, com o empoderamento das populações mais vulnerabilizadas devido a essas questões. A juventude será o eixo transversal das discussões, na afirmação dos Direitos (DHESCA) das populações, nos diferentes contextos e biomas que habitam, em uma jornada com caráter litúrgico celebrativo.

Participantes
Todos os jornadeiros/as e grupos, leigos/as e clérigos/as, com prioridade para as mulheres, as juventudes, os povos tradicionais e todos/as defensores/as de Direitos (DHESCA).

Data e local
11 a 15 de novembro de 2010
Centro de Espiritualidade Inaciana Vila Kostka
Rodovia José Boldrini, 170 - Bairro Itaici
Indaiatuba - São Paulo - Brasil

Mais notícias.

Série de vídeos Desafios, produzido pelo Programa Egbé Territórios Negros, e dois vídeos produzidos pelo Programa Saúde e Direitos, que tratam da temática Aids e Igrejas. Os dois programas são desenvolvidos por KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço.


sábado, 9 de outubro de 2010

ANTECIPAÇÃO DA REUNIÃO DO GRUPO ECUMÊNICO



ANTECIPAÇÃO DA REUNIÃO DO GRUPO ECUMÊNICO DE JUIZ DE FORA


Queridos amigos, amigas:
Saudações Ecumênicas!

Gostaríamos de reafirmar que por motivo de força maior, semana de recesso em função da semana do professor no Granbery, nossa reunião prevista e marcada para o dia 16 de OUTUBRO de 2010 (3º Sábado do mês), ESTÁ SENDO ANTECIPADA PARA O DIA 09 DE OUTUBRO DE 2010 ( Este 2º Sábado do mês).


Aguardamos todos então NA NOVA DATA:
Sábado, 09 DE OUTUBRO, 16h00



Tema para Reflexão : Fundamentos da Fé Ecumênica
Quando : Sábado, 09 DE OUTUBRO, 16h00
Onde: Granbery - Entrada pela Rua Barão de Santa Helena, 300



Um grande abraço,

Rogério Ferreira do Nascimento
Zwinglio Mota Dias
Messias Valverde
Juliana Guedes



PS: Acesse nosso blog: http://www.grupoecumenicojf.blogspot.com/ e
participe de nosso grupo de discussão http://groups.google.com.br/group/grupo-ecumenico-jf

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mais de 70 mil pessoas participaram neste domingo de uma caminhada na praia de Copacabana, em defesa da liberdade religiosa

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Mais de 70 mil pessoas participaram neste domingo de uma caminhada na praia de Copacabana, em defesa da liberdade religiosa, segundo a Polícia Militar. Ao som de grupos como Olodum, seis trios elétricos animaram a manifestação, que reuniu praticantes de várias religiões.

Esta foi a terceira edição da caminhada, organizada pela Ccir (Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio). De acordo com o interlocutor da instituição, Ivanir dos Santos, o grande destaque foi o aumento da participação de católicos e anglicanos no evento.
O bispo da Igreja Anglicana Celso Franco de Oliveira disse que o número de manifestantes dessa corrente no evento ainda é pequeno diante da quantidade de fiéis no Rio, mas, mesmo assim, participação tem crescido a cada ano.

Praticantes de wicca, hare krishnas, mulçumanos e ciganos também marcaram presença na caminhada, mas predominaram as religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé. Segundo Ivanir dos Santos, eles são as principais vítimas da intolerância.

"Não podemos deixar os setores intolerantes crescerem. Há mais de 30 anos, eles perseguem a umbanda e o candomblé. Se crescerem, não tenho dúvidas, chegarão a outros setores da população brasileira. Estamos defendendo a democracia", afirmou.

Além de pedir o fim de atitudes "proselitistas", de maneira geral de grupos cristãos, os praticantes de umbanda da Tenda Espírita Cabloco Arranca-Toco, da Ilha do Governador, disseram que a manifestação é uma oportunidade de confraternização.
"Na nossa região, tem várias igrejas e ninguém tem problema com ninguém", afirmou o representante Antônio Manuel de Oliveira "Nossa dádiva é unir, conviver, porque Deus é um só, viemos aqui defender essa ideia."

Fonte: eBand

sábado, 18 de setembro de 2010

Caminhando a gente se entende - amanhã em Copacabana

Fonte: eutenhofe


Cerca de 150 mil pessoas são esperadas na orla de Copacabana no dia 19, domingo. Vejam dicas de segurança no site. 


Segundo Ricardo Rubim, Coordenador de Comunicação da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP),  umbandistas, católicos, espíritas, evangélicos, judeus, muçulmanos, ciganos, wiccanos, hare krishnas e candomblecistas estarão reunidos pela fé, no dia 19 de setembro (domingo), às 11h, no Posto Seis, Copacabana (RJ), para a III Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. O evento, organizado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), pretende colocar mais de 150 mil religiosos. A cada ano, aumenta o número de público. Em 2009, segundo informações do 19º BPM, 80 mil pessoas participaram. Número quatro vezes maior que o da Primeira Caminhada.

Vários estados estão se mobilizando com caravanas coloridas, crianças, jovens e idosos. São brasileiros dos quatro cantos do país. Será um encontro da família brasileira. De cidadãos que veem na luta contra o preconceito a mola mestra para uma sociedade mais justa. Para os participantes não existe crença melhor ou pior, superior ou inferior. Mas todos comungam com a ideia de que cada um tem o direito de exercer sua fé, com garantia de um estado laico.

A CCIR organiza todo o evento com trabalho voluntário. São cidadãos que dedicam parte do seu dia para luta pela liberdade religiosa. De acordo com o interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, babalawo Ivanir dos Santos, "o que nos move é a fé no Criador e o respeito aos nossos ancestrais". O sacerdote ressalta que será uma festa da democracia e da liberdade de expressão e pensamento.

Fonte: Koinomia

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Inscrições abertas para a 4ª Jornada Ecumênica




4ª JORNADA ECUMÊNICA: Ecumenismo, Ecologia, Economia e Vida
“... e vossos jovens terão visões...” Joel 2.28

Desde 1994, quando foi realizada 1ª Jornada Ecumênica, passando pela 2ª Jornada, em 2002, grandes transformações continuam acontecendo no mundo, onde cada vez mais o desrespeito aos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais estão globalizados, caracterizando o aprofundamento do abismo entre ricos e pobres.
Se o símbolo da 2ª Jornada Ecumênica foi laços, o da 3ª Jornada foi redes. Desde então, essas redes - entre jornadeiros/as, igrejas, organizações e instituições ecumênicas, com movimentos e organizações sociais - vem se estabelecendo, possibilitando um processo de criação, ampliação e fortalecimento do movimento ecumênico no Brasil e demais países da América Latina e Caribe.
O principal desafio da 4ª Jornada Ecumênica, que tem como tema ECUMENISMO, ECOLOGIA, ECONOMIA E VIDA, será o de construir incidência pública-política (advocacy) para além da família ecumênica congregada na América Latina e Caribe. Além disso, os desafios da justiça climática impõem para a comunidade ecumênica uma atitude coletiva, capaz de demonstrar nossa contribuição com o empoderamento das populações mais vulnerabilizadas devido a essas questões. A juventude será o eixo transversal das discussões - na afirmação dos Direitos (DHESCA) das populações e nos diferentes contextos e biomas em que habitam - em uma jornada com caráter litúrgico celebrativo.
Participantes
Todos os jornadeiros/as e grupos, leigos/as e clérigos/as, com prioridade para as mulheres, as juventudes, os povos tradicionais e todos/as defensores/as de Direitos (DHESCA).
Data e local
11 a 15 de novembro de 2010, Vila Kostka, Itaici, Indaiatuba, São Paulo, Brasil.
Inscrições (VER FICHA DE INSCRIÇÃO EM ANEXO)
A taxa de inscrição, que inclui a hospedagem e alimentação, é de R$ 360,00 e poderá ser paga em duas parcelas:
1ª parcela de R$ 180,00, até 30 de setembro de 2010
2ª parcela de R$ 180,00, até 31 de outubro de 2010
As taxa integral ou parcelas, deverão se depositadas na conta corrente 15245-5, agência Bradesco 1745-0, em nome de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço.
Para a identificação, solicitamos que seja com o depósito identificado, no qual o nome do/a depositante aparece no extrato.
As inscrições poderão ser feitas das seguintes formas:
Pela Internet, em resposta ao e-mail ou pelo endereço projornada@koinonia.org.br, informando os dados do depósito identificado da taxa integral ou parcelas.
Pelo fax (21)3042 6398, com a cópia do depósito identificado da taxa integral ou parcelas.
Pelos correios, enviando cópia do comprovante de depósito identificado da taxa integral ou parcelas.
Sempre que o/a inscrito/a fizer o depósito das parcelas, deverá enviar uma cópia por e-mail, fax ou correios, com os dados do depósito identificado.
Bolsas
A solicitação de bolsa de participação deverá ser feita na ficha de inscrição, informando o máximo que poderá pagar de taxa de inscrição e os motivos para a sua solicitação.
O mais breve possível, informaremos se dispomos da bolsa solicitada.
Importante! Antes de solicitar uma bolsa de participação, procure esgotar todas as possibilidades de levantamento de recursos junto à sua comunidade religiosa, instituição ou movimento. Desta forma você estará ajudando a outro/a jornadeiro/a, com menos recursos, de participar da Jornada, que para muitos/as, trata-se de uma oportunidade única!

FICHA DE INSCRIÇÃO EM ANEXO

Promoção: FE Brasil e Fe SUD
Clique aqui e baixe o arquivo anexado a essa página.
Autor: Márcia Evangelista
Data: 29/7/2010

  

Extraído de KOINONIA







A Conferência de Edimburgo’2010 e novos desafios da Missão

Marcelo Barros *




Toda pessoa e comunidade envolvida no movimento ecumênico cristão sabe que 2010 marca as celebrações do 5º centenário do nascimento do reformador João Calvino e os cem anos da Conferência Missionária de Edimburgo (Escócia), considerada marco inicial do movimento ecumênico contemporâneo. Apesar de ser menos conhecida entre os católicos e também entre alguns grupos pentecostais e neopentecostais, esta conferência tem suscitado em todo o mundo um profundo interesse teológico e espiritual, não tanto simplesmente para recordar o passado e sim como oportunidade para que as Igrejas e as comunidades cristãs atualizem o seu sentido de missão, se ponham de acordo sobre os novos desafios que a missão cristã enfrenta neste início do século XXI e aceitem vencê-los na unidade ecumênica a serviço do mundo.
É compreensível que o centenário da Conferência de Edimburgo encontre menos eco na América Latina, já que foi uma reunião de missionários que atuavam em países considerados não cristãos. Como a América Latina era tida como cristianizada, já que era oficialmente católica (o que foi, por parte da Conferência um reconhecimento ecumênico de respeito com a Igreja Católica), os latino-americanos foram convidados como observadores, mas não como delegados oficiais. Apesar disso, a Conferência de Edimburgo provocou uma série de iniciativas ecumênicas, como, na América Latina, o Congresso Missionário Latinoamericano no Panamá (1916). 

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Por que persiste a Igreja-poder?

Artigo de Leonardo Boff *


Vou abordar um tema incômodo, mas incontornável: como pode a instituição-Igreja, como a descrevi num artigo anterior, com características autoritárias, absolutistas e excludentes se perpetuar na história? A ideologia dominante responde: "só porque é divina". Na verdade, este exercício de poder não tem nada de divino. Era o que Jesus exatamente não queria. Ele queria a hierodulia (sagrado serviço) e não a hierarquia (sagrado poder). Mas esta se impôs através dos tempos.

Instituições autoritárias possuem uma mesma lógica de autoreprodução. Não é diferente com a Igreja-instituição. Em primeiro lugar, ela se julga a única verdadeira e tira o título de "igreja" a todas as demais. Em seguida cria-se um rigoroso enquadramento: um pensamento único, uma única dogmática, um único catecismo, um único direito canônico, uma única forma de liturgia. Não se tolera a crítica nem a criatividade, vistas como negação ou denunciadas como criadoras de uma Igreja paralela ou de um outro magistério.

Em segundo lugar, se usa a violência simbólica do controle, da repressão e da punição, não raro à custa dos direitos humanos. Facilmente o questionador é marginalizado, nega-se-lhe o direito de pregar, de escrever e de atuar na comunidade. O então Card. Joseph Ratzinger, Presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, em seu mandato, puniu mais de cem teólogos. Nesta mesma lógica, pecados e crimes dos sacerdotes pedófilos ou outros delitos, como os financeiros, são mantidos ocultos para não prejudicar o bom nome da Igreja, sem o menor sentido de justiça para com as vítimas inocentes.

Em terceiro lugar, mitificam-se e quase idolatram-se as autoridades eclesiásticas principalmente o Papa que é o "doce Cristo na Terra". Penso eu lá com meus botões: que doce Cristo representava o Papa Sérgio (904), assassino de seus dois predecessores ou o Papa João XII (955), eleito com a idade de 20 anos, adúltero e morto pelo marido traído ou, pior, o Papa Bento IX (1033), eleito com 15 anos de idade, um dos mais criminosos e indignos da história do papado, chegando a vender a dignidade papal por 1000 liras de prata?

Em quarto lugar, canonizam-se figuras cujas virtudes se enquadram no sistema, como a obediência cega, a contínua exaltação das autoridades e o "sentir com a Igreja (hierarquia)", bem no estilo fascista segundo o qual "o chefe (o ducce, o Führer) sempre tem razão".

Em quinto lugar, há pessoas e cristãos com natureza autoritária, que acima de tudo apreciam a ordem, a lei e o princípio de autoridade em detrimento da lógica complexa da vida que tem surpresas e exige tolerância e adaptações. Estes secundam esse tipo de Igreja bem como regimes políticos autoritários e ditatoriais. Aliás, há uma estreita afinidade entre os regimes ditatoriais e a Igreja-poder como se viu com os ditadores Franco, Salazar, Mussolini, Pinochet e outros. Padres conservadores são facilmente feitos bispos e bispos fidelíssimos a Roma são promovidos, fomentando a subserviência. Esse bloco histórico-social-religioso se cristalizou e garantiu a continuidade a este tipo de Igreja.

Em sexto lugar, a Igreja-poder sabe do valor dos ritos e símbolos pois reforçam identidades conservadoras, pouco zelando por seus conteúdos, contanto que sejam mantidos inalteráveis e estritamente observados.

Em razão desta rigidez dogmática e canônica, a Igreja-instituição não é vivida como lar espiritual. Muitos emigram. Dizem sim ao cristianismo e não à Igreja-poder com a qual não se identificam. Dão-se conta das distorções feitas à herança de Jesus que pregou a liberdade e exaltou o amor incondicional.

Não obstante estas patologias, possuímos figuras como o Papa João XXIII, Dom Helder Câmara, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Luiz Flávio Cappio e outros que não reproduzem o estilo autoritário, nem apresentam-se como autoridades eclesiásticas mas como pastores no meio do Povo de Deus. Apesar destas contradições, há um mérito que importa reconhecer: esse tipo autoritário de Igreja nunca deixou de nos legar os evangelhos, mesmo negando-os na prática, e assim permitindo-nos o acesso à mensagem revolucionária do Nazareno. Ela prega a libertação mas geralmente são outros que libertam.

* Teólogo, filósofo e escritor

Fonte: Adital

domingo, 1 de agosto de 2010

Chegou a hora das pessoas religiosas se levantarem contra as religiões.

A religião é inimiga da civilização? Artigo de Gianni Vattimo

Todos certamente nos lembramos da famosa frase de Nietzsche sobre a morte de Deus. E também sua cláusula: Deus seguirá projetando sua sombra em nosso mundo durante muito tempo. O que aconteceria se aplicássemos a frase de Nietzsche também, e sobretudo, às religiões? Em muitos sentidos, é verdade que, em grande parte do mundo contemporâneo, a religião como tal está morta, mas ainda projeta suas sombras em numerosos aspectos da nossa vida privada e coletiva.

Na verdade, deixemos claro que o Deus cuja morte Nietzsche anunciou não é necessariamente o Deus em que muitos de nós seguimos crendo. Eu me considero cristão, mas estou convicto de que o Deus que estava morto em Nietzsche não era o Deus de Jesus. Inclusive acredito que, precisamente graças a Jesus, sou ateu. O Deus que morreu, como diz o próprio Nietzsche em algum lugar de sua obra quando o chama de "Deus moral", é o primeiro princípio da metafísica clássica, a entidade suprema que se supõe ser a causa do universo material e que requer essa disciplina especial chamada teodicéia, uma série de argumentos que tratam de justificar a existência desse Deus ou dessa Deusa frente aos males que vemos constantemente no mundo.

A tese que quero apresentar aqui é que as religiões estão mortas e merecem estar mortas, tal como Nietzsche fala da morte de Deus. Não estão mortas só as religiões morais, no sentido mais óbvio da palavra: dentro da sociedade cristã e católica da Europa, é fácil ver que são muito poucos os que observam os mandamentos da moral cristã oficial. O que está morto, em um sentido mais profundo, são as religiões "morais" como garantia da ordem racional do mundo.

A institucionalização das crenças, que deu origem às Igrejas, incluiu (não sei se só na prática ou como fator necessário) uma reivindicação do poder histórico, no sentido de que era quase natural e necessário que uma religião moral se convertesse em uma instituição temporal poderosa. É o que parece ter ocorrido com o catolicismo, mas se podem ver muitos outros fenômenos semelhantes na história de outras religiões. Inclusive o budismo gerou um Estado, o Tibet dos lamas, que agora luta para sobreviver frente à China.

Em todas as partes – por exemplo no hinduísmo –, o mesmo fato de que existia uma diferença entre clérigos e leigos faz com que a religião se converta em uma instituição, cujo objetivo principal é sempre a sua própria sobrevivência. Mencionarei novamente o exemplo da Igreja católica: se não tivesse sobrevivido ao longo dos tempos, eu não teria podido receber o Evangelho, a boa nova da salvação. Uma vez mais: como no caso da morte de Deus de Nietzsche, a morte das religiões institucionalizadas não significa que tenham legitimidade. Simplesmente, chega um momento em que já não são necessárias. E esse momento é a nossa época, porque, como se pode ver em muitos aspectos da vida atual, as religiões já não contribuem com uma existência humana pacífica nem representam um meio de salvação. A religião é um poderoso fator de conflito em momentos de intercâmbio intenso entre mundos culturais diferentes. Pelo menos, é isso que ocorre hoje: na Itália, por exemplo, existe um problema com a construção de mesquitas, porque a população muçulmana aumentou de forma espetacular. A hegemonia tradicional da Igreja católica está em perigo, mas os católicos não se sentem ameaçados em absoluto por essa situação, só os bispos e o Papa.

A Igreja afirma que defende seu poder (e os aspectos econômicos dele) para preservar sua capacidade de pregar o Evangelho. Sim, mas, como entre tantas instituições, a razão suprema de sua existência fica muitas vezes esquecida em troca da mera continuidade do status quo. O que quero dizer é que, no mundo atual, sobretudo no Ocidente industrial, a religião como instituição se converteu em um fator de conflito e um obstáculo para a "salvação", seja isso que for. Quero destacar que falo da morte das religiões no mesmo sentido em que aceito o anúncio de Nietzsche sobre a morte de Deus. A religião que está morta é a religião-instituição, que contribuiu enormemente com o desenvolvimento da civilização, mas que, no fim, se converteu em um obstáculo.

Falar da morte das religiões em um sentido relacionado com o anúncio da morte de Deus de Nietzsche não significa, desde então, que a religião nunca tenha tido sentido para a humanidade. Nem sequer se pode dizer que a frase de Nietzsche significa que Deus não existe. Essa seria de novo uma afirmação metafísica, que Nietzsche não queria pronunciar, por sua recusa geral a qualquer metafísica "descritiva". A luta contra a sobrevivência das religiões da qual falo tem pouco a ver com a negação racionalista de todo significado dos sentimentos religiosos. Inclusive se leva muito a sério esse ressurgimento da necessidade de uma relação com a transcendência que caracteriza numerosos aspectos da cultura atual. Citarei novamente Nietzsche, que diz que Deus está morto, e agora queremos que existam muitos Deuses.

Enquanto as religiões seguem querendo ser instituições temporais poderosas, são um obstáculo para a paz e para o desenvolvimento de uma atitude genuinamente religiosa: pensemos em quantas pessoas estão abandonando a Igreja católica pelo escândalo que representam as pretensões do Papa e dos bispos de imiscuir-se nas leis civis na Itália. Os âmbitos da ética familiar e da bioética são os mais polêmicos. Nos Estados Unidos, o recente anúncio do presidente Obama sobre sua intenção de eliminar as restrições à liberdade das mulheres para abortar suscitou uma ampla oposição por parte dos bispos católicos. A oposição a qualquer forma de liberdade de eleição em tudo o que se refere à família, à sexualidade e à bioética é contínua e intensa, sobretudo em países como a Itália e a Espanha. Tenhamos em conta que a Igreja se opõe a leis que não obrigam, mas só permitem a decisão pessoal nesses assuntos. Deveríamos nos perguntas de que lado está a civilização.

Há pouco tempo, o Papa repetiu sua idéia constante de que a verdade não é negociável. Esse "fundamentalismo" é só característico do catolicismo ou de todo o cristianismo? Aqueles que falam de civilizações têm a responsabilidade de levar em conta essa condição concreta. Não têm mais sentido os frequentes diálogos inter-religiosos que se celebram em qualquer parte do mundo, nos quais os interlocutores costumam ser "dirigentes" das diferentes confissões. Dialogam para não mudar nada. Não é mais do que uma forma de confirmar novamente a sua autoridade em seus respectivos grupos. Acaso surge desses frequentes encontros algo útil para a paz e a mútua compreensão dos povos? Enquanto não se elimine o aspecto autoritário e de poder das religiões, será impossível avançar rumo ao mútuo entendimento entre as diversas culturas do mundo.

Essa conclusão pode parecer um grande paradoxo, dado que, em geral, se considerou que a religião era um meio de educar a humanidade à caridade, à piedade e à compreensão. Em muitos sentidos, a compaixão parece ser a base fundamental de toda experiência religiosa. E é verdade, seja do ponto de vista do cristianismo, do budismo, do hinduísmo, do islã ou do judaísmo. Até aqui, nada a objetar.

Mas é justamente por isso que devemos reconhecer que chegou a hora de que as pessoas religiosas se levantem contra as religiões. E que afirmem taxativamente que a era da religião-instituição terminou, e sua sobrevivência só se deve aos esforços das hierarquias religiosas em conservar seu poder e seus privilégios.

O fato de que essa tese parece se inspirar, em grande parte, na experiência cristã (e católica) européia, não limita sua validade para outras culturas. Seguramente, o veneno do universalismo se espalhou pelo mundo graças aos conquistadores europeus, que são responsáveis pela estrita associação entre conversão (ao cristianismo. Lembre-se o "compelle intrare" de Santo Agostinho) e imperialismo. Agora é o mundo latino o que deve romper essa associação e separar a salvação de qualquer pretensão de crença e disciplina universal como condição para alcançá-la. Não é uma tarefa fácil.

Fonte: (El País e Unisinos)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Metodistas fazem abaixo-assinado contra posição anti-ecumênica

Através de um abaixo-assinado metodistas ecumênicos fazem movimento para mudar decisão de concílio e confessam que nem todos os pastores e pastoras  podem assiná-lo devido a represálias que tem ocorrido em algumas regiões eclesiasticas.

Diz o documento que:
"Pelo exposto, confessamos que nossa incapacidade de obedecer à decisão do 18º CG, não decorre de indisciplina ou insubmissão, mas da liberdade à qual somos chamados e que em Cristo nos foi outorgada. Ela nos constrange a declarar que "Um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém. Um cristão é servidor de todas as coisas e sujeito a todos" (Da Liberdade Cristã, Martinho Lutero). Assim sendo, pedimos que "mantenhamos, entre nós, laços de paz, para conservar a unidade do Espírito. Há um só corpo e um só Espírito, assim como a vocação nossa nos chamou a uma só esperança: há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos e está presente em todos" (Ef. 4.3-6).

Os abaixo assinados representam somente uma parte dos Metodistas Confessantes. Muitos pastores e pastoras não o assinam devido à possibilidades de represálias que têm ocorrido em algumas de nossas regiões eclesiásticas."

O abaixo-assinado pode ser encontrado clicando aqui.
Para ler mais o que diz os metodistas clique aqui.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

FUNDAMENTALISMO: O delírio dos amedrontados (Anotações socio-teológicas sobre uma atitude religiosa)

Zwinglio M. Dias

““... os homens insistem com maior veemência sobre suas
certezas quando sua segurança a respeito delas foi abalada. A ortodoxia exacerbada é um método para ocultar a dúvida.” (Reinhold Niebuhr)





Introdução

A presente reflexão tem por escopo apresentar algumas considerações a respeito de uma atitude religiosa, oriunda e vigente, há cerca de um século, no amplo espectro do Protestantismo que, nas últimas décadas, extrapolou, semanticamente, esta fronteira teológica, para identificar comportamentos semelhantes também no espaço da eclesialidade católico-romana e ortodoxa, assim como em outros universos religiosos como o Islamismo, o Judaísmo, o Hinduismo e o Sikhismo.
Mas esta dimensão institucional-religiosa está longe de esgotar o conjunto de proposições que caracterizam a mentalidade fundamentalista. Como destacam Pace/Stefani: “A idéia de defesa e de afirmação da verdade absoluta, contida num livro sagrado, alimenta a visão apocalíptica do combate final entre o bem e o mal, interpretando uma necessidade social emergente entre os indivíduos: o medo de perder as próprias raízes, de perder a identidade coletiva. O mal assume diferentes máscaras: o pluralismo democrático, o secularismo, o comunismo, o ocidente capitalista, o Estado moderno eticamente neutro e por aí adiante.” Ou seja,” a utopia religiosa, deste modo, vem a ser conjugada com a vontade de espiritualizar a política, de lhe dar uma alma, num esforço de contraste contra o fracasso das utopias políticas modernas, desde o comunismo até ao liberalismo. ” 1

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Celebrando a Caminhada : Grupo Ecumênico de Juiz de Fora faz sua celebração eucarística


O 2º Encontro do Grupo Ecumênico de Juiz de Fora ocorreu no último dia 17 de abril e foi marcado por muito companheirismo, calor humano, reflexão e celebração. Este foi o segundo momento do ano em que o grupo se reuniu para refletir sobre a religiosidade contemporânea e sua situação na cidade de Juiz de Fora. Como pausa estratégica e necessária na caminhada, foi também um momento de celebração da vida e da comunhão entre os amigos e irmãos.


Rev. Messias Valverde e Dra. Elienai Castellano

A pauta organizada em torno de um celebração multireligiosa, teve como um dos pontos de destaque a palestra da professora Dra. Elienai Castellano sobre o dinamismo do campo pentecostal na cidade de Juiz de Fora.


Enraizada na experiência eucarística (Eucaristia do grego εὐχαριστία, cujo significado é "reconhecimento", "ação de graças") a celebração lembrou mais uma vez que a ressurreição de Cristo é a vitória da vida sobre as forças da morte e que mesmo em tempos difíceis, a esperança deve ser a força motriz dos filhos de Deus.








OUTRAS FOTOS DO EVENTO


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Semana de oração pela unidade dos cristãos 2010

Introdução ao tema para o ano de 2010

Durante o século passado a reconciliação entre os cristãos tomou formas bastante diferentes. A espiritualidade ecumênica mostrou como a oração é importante para a unidade dos cristãos. Grande impulso foi dado à pesquisa teológica, levando a um grande número de acordos doutrinários. A cooperação prática entre as Igrejas no campo social fez nascer frutuosas iniciativas. Junto com essas conquistas mais amplas, a questão da missão assumiu um lugar especial. Há até um consenso generalizado de que a Conferência Missionária Mundial de Edimburgo, em 1910, marcou o começo do movimento ecumênico moderno.

Missão e Unidade
Nem todos fazem naturalmente a ligação entre o empenho missionário e desejo da unidade cristã. Ainda assim, o compromisso missionário da Igreja deve caminhar passo a passo com seu compromisso ecumênico. Por causa do nosso Batismo já somos um único corpo e somos chamados a viver em comunhão. Deus nos fez irmãos e irmãs em Cristo. Não é esse o testemunho fundamental a que somos chamados? Historicamente, o fato de que a questão da unidade cristã era frequentemente abordada por missionários se deve a razões práticas. Acontecia desse jeito simplesmente para evitar competição diante da necessidade de grandes recursos humanos e materiais.

O território a ser evangelizado era partilhado e tentativas ocasionais eram feitas para realizar algo mais do que ter atividades desenvolvidas paralelamente e para favorecer projetos comuns. Missionários de Igrejas diferentes poderiam, por exemplo, combinar seus recursos para elaborar uma nova tradução da Bíblia e essa cooperação a serviço da Palavra de Deus levou a reflexões sobre as divisões entre os cristãos. Sem negar as rivalidades existentes entre missionários enviados por Igrejas diferentes, deve também ser reconhecido que aqueles que estiveram primeiro no campo da missão foram também os primeiros a reconhecer a tragédia da divisão dos cristãos.

A Europa havia se acostumado às divisões entre Igrejas mas o escândalo da desunião parecia terrível aos missionários que estavam anunciando o evangelho a pessoas que nada sabiam sobre Cristo até então. É claro que as diferentes divisões que marcaram a história do Cristianismo tiveram suas razões teológicas, mas também foram influenciadas pelo contexto (histórico, político, intelectual...) que lhes deu origem.

Seria justificado exportar essas divisões para os povos que estavam descobrindo Cristo? No meio do novo caminho que as recentes Igrejas locais estavam descobrindo, seria difícil deixar de notar a lacuna entre a mensagem de amor que queriam viver e a real separação entre os discípulos de Cristo.Como se pode fazer outros entenderem a reconciliação trazida por Cristo se os próprios batizados se ignoram ou lutam entre si? Como grupos cristãos que viviam em mútua hostilidade poderiam pregar um único Senhor, uma só fé e um só Batismo de modo convincente? Não havia, portanto, falta de questões ecumênicas para os participantes da Conferência de Edimburgo em 1910.

A Conferência Missionária de Edimburgo, em 1910
Os delegados oficiais das sociedades missionárias protestantes de diferentes ramos do protestantismo e do anglicanismo, junto com um convidado ortodoxo, se encontraram durante o verão de 1910 na capital da Escócia. A Conferência, que não era um encontro de caráter decisório, não tinha outro objetivo senão ajudar os missionários a construir um espírito comum e coordenar seu trabalho.


Somente estavam presentes aquelas sociedades missionárias que trabalhavam para anunciar o evangelho em novos territórios onde Cristo ainda não era conhecido. Assim, as sociedades que trabalhavam na América Latina ou no Oriente Médio, onde já estavam a Igreja Católica Romana e as Igrejas Ortodoxas, não foram convidadas. Em 1910 o panorama religioso escocês estava começando a se diversificar e as Igrejas Católica e Episcopal mais uma vez desempenharam um papel importante. Edimburgo foi escolhida como local desse encontro por causa de sua vitalidade intelectual e cultural. A reputação de seus teólogos e líderes eclesiais também influenciou a escolha. As Igrejas protestantes escocesas eram também especialmente ativas na missão e tinham fama de prestar atenção às culturas locais.


As igrejas cristãs na Escócia hoje
Reconhecendo esse importante marco na história do movimento ecumênico, era natural queos promotores da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos – a Comissão Fé e Ordem e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos – convidassem as Igrejas escocesas para preparar a Semana de Oração de 2010 , ao mesmo tempo em que elas estão envolvidas nos preparativos para celebrar o aniversário da Conferência de 1910 , que terá como tema “Testemunhar Cristo Hoje”.


Em resposta, essas Igrejas sugeriram como lema “Vós sois as testemunhas disso” (Lucas 24,48) O tema bíblico: “Vós sois as testemunhas disso” No movimento ecumênico temos frequentemente meditado sobre o discurso final de Jesus antes da sua morte. Nesse testamento final a importância da unidade dos discípulos de Cristo é enfatizada: “Que todos sejam um... para que o mundo creia” (João 17,21) Este ano as Igrejas da Escócia fizeram a escolha original de nos convidar a escutar o discurso final de Cristo antes da sua Ascensão: “É como foi escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia, e em seu nome se pregará a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, a começar por Jerusalém. E vós sois as testemunhas disso.” (Lucas 24,46-48). É sobre essas palavras finais de Cristo que refletiremos a cada dia.


Durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2010, somos também convidados a percorrer todo o capítulo 24 do evangelho de Lucas. Tanto as mulheres assustadas diante do túmulo, como os dois desanimados discípulos no caminho de Emaús ou os onze discípulos dominados por dúvida e medo, todos os que juntos encontram o Cristo Ressuscitado são enviados em missão: “E vois sois as testemunhas disso”.


Essa missão da Igreja é dada por Cristo e não pode ser posse particular de ninguém. É a comunidade dos que foram reconciliados com Deus e em Deus e podem testemunhar a verdade do poder da salvação em Jesus Cristo. Percebemos que Maria Madalena, Pedro ou os dois discípulos de Emaús não vão testemunhar do mesmo jeito. Ainda assim, será a vitória de Jesus sobre a morte que todos colocarão no coração de seu testemunho.O encontro pessoal com o Ressuscitado mudou radicalmente suas vidas e, na originalidade de cada um, uma coisa se torna imperativa: “Vós sois as testemunhas disso.” Sua história vai acentuar aspectos diferentes, às vezes podem ocorrer entre eles discordâncias sobre o que a fidelidade a Cristo exige, mas ainda assim todos irão trabalhar para anunciar a Boa Nova.




Os oito dias
Durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2010, vamos refletir a cada dia sobre o capítulo 24 do evangelho de Lucas, olhando as perguntas que ele nos apresenta: perguntas de Jesus aos discípulos; perguntas que os discípulos fazem a Jesus. Cada um desses questionamentos nos possibilitará destacar um modo particular de testemunhar o Ressuscitado. Cada um deles nos convida a pensar sobre nossa situação de divisão eclesial e sobre como, concretamente, podemos remediar isso. Já somos testemunhas e precisamos nos tornar testemunhas melhores. Como?
- louvando Aquele que nos dá o dom da vida e a ressurreição (dia 1)
- sabendo partilhar com outros a história de nossa fé (dia 2)
- reconhecendo que Deus age em nossas vidas (dia 3)
- dando graças pela fé que temos recebido (dia 4)
- confessando a vitória de Cristo sobre todo sofrimento (dia 5)
- buscando sempre ser mais fiéis à Palavra de Deus (dia 6)
- crescendo na fé, na esperança e na caridade (dia 7)
- oferecendo hospitalidade e sabendo recebê-la quando nos é oferecida (dia 8)
Não seria bem mais fiel o nosso testemunho do evangelho em cada um desses aspectos se testemunhássemos juntos?


Edimburgo 2010
O centenário da Conferência Missionária, que aconteceu na cidade no século anterior, será comemorado em junho de 2010 (www.edinburgh2010.org). Os organizadores querem que esse evento seja um tempo de ação de graças pelo progresso que Deus tornou possível na missão. Eles também dedicaram um lugar importante à oração, para oferecer a Cristo o testemunho que as Igrejas terão de sustentar juntas durante o século 21. Esse encontro também permitirá que aqueles que trabalham há longo tempo no campo da missão e os representantes de correntes mais novas partilhem suas perspectivas. Membros de diferentes tradições eclesiais também poderão discutir sua prática de missão.


O mundo mudou bastante desde 1910 e mais uma vez a missão deve ser pensada de modo renovado. Diante da secularização e da descristianização, dos novos meios de comunicação, das relações interconfessionais, do diálogo interreligioso, há muitos temas a serem discutidos. Todos podem concordar quanto à necessidade de os discípulos de Cristo darem testemunho, mas ainda é difícil chegar a uma compreensão comum do que a missão precisa ser hoje. Dentro de cada Igreja individualmente não faltam reflexões e debates. Tudo isso não poderia trazer mais benefícios se envolvesse todas as Igrejas numa reflexão conjunta? 1910- 2010: Os cristãos trazem no coração um senso de urgência bem semelhante: para nossa humanidade ferida pela divisão, o evangelho não é um luxo supérfluo; o evangelho não pode ser proclamado por vozes discordantes.


Em Cristo, os que se encontram cheios de ódio podem encontrar o caminho da reconciliação. Em Cristo, aqueles que se dividem por qualquer coisa podem encontrar a alegria de viver como irmãos e irmãs... Vós sois as testemunhas disso.

Organizando a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

A busca da unidade ao longo de todo o ano

No hemisfério norte, o período tradicional para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é de 18 a 25 de janeiro. Essas datas foram propostas em 1908 por Paul Watson porque cobriam o tempo entre as festas de São Pedro e São Paulo e tinham, portanto, um significado simbólico. No hemisfério sul, em que janeiro é tempo de férias, as Igrejas geralmente preferem outras datas para celebrar a Semana de Oração como, por exemplo, ao redor de Pentecostes (como foi sugerido pelo movimento Fé e Ordem em 1926), que também é um momento simbólico para a unidade da Igreja. Levando em conta essa flexibilidade no que diz respeito à data, estimulamos vocês a compreender o material aqui apresentado como um convite para achar oportunidades ao longo de todo o ano para expressar o grau de comunhão que as Igrejas já tenham atingido e para orar juntos por aquela unidade plena que é desejo de Cristo.

Adaptando o texto

Este material é oferecido com a idéia de que, sempre que possível, será adaptado para uso no nível local. Ao fazer isso, devem-se levar em conta as práticas litúrgicas e devocionais da região e o conjunto do contexto social e cultural. Tais adaptações normalmente acontecem de forma ecumênica. Em alguns lugares já se formaram estruturas ecumênicas para a adaptação do material. Em outros, esperamos que a necessidade de tal adaptação venha a ser um estímulo para a criação dessas estruturas.

Usando o material da Semana de Oração

Para Igrejas e Comunidades cristãs que vivem juntas a Semana de Oração através de um culto em comum, foi providenciado um roteiro para essa celebração.
Igrejas e Comunidades cristãs podem também incorporar material da Semana de Oração a seus próprios cultos. As orações da celebração proposta, as reflexões dos “oito dias” e a seleção de preces adicionais podem ser usadas de modo adequado ao que cada grupo vai fazer.
Comunidades que fazem celebrações ligadas ao tema em todos os dias da Semana de Oração podem incluir aí o material proposto para os “oito dias”.
Os que quiserem fazer estudos bíblicos sobre o tema da Semana de Oração podem tomar como base os textos sugeridos para os oito dias. A cada dia a reflexão pode levar a uma conclusão com preces de intercessão.
Os que desejarem orar de modo pessoal podem achar aqui material útil para direcionar as intenções da oração. Eles podem ter em mente que estão em comunhão com outros que estarão orando no mundo inteiro por uma maior unidade visível da Igreja de Cristo.